Psicanálise e Arte

Maria Rita Kehl
Seminário na  UFMG


                                                     Maria Rita Kehl (Psicanalista) em:
                                                               “o mundo é uma escrita sem fim”
                                                                           Seminário do projeto
                                                                   “Sentimentos do mundo”
                                                                                  UFMG



 






Tópicos visitados


Triunfo do Eu – narcisismo sobre o Real implacável

 O Tempo

Mundo inacessível onde tudo se perde

Escrita para marcar o tempo, se inscrever nelePalavras: mimetização e memórias mnêmicas

 Humor como sintoma

                       Mais Além
                                                      Desperdício da Vida
                              
                                         Morar no Tempo,perder a noção da Temporalidade
                                
 Atemporalidade do inconsciente (retorno do reprimido
                                                                                         Corpo e Temporalidade

                     Rapsódia das fases da vida

                                                           


Escrita como forma de
Captação do tempo
(passado roendo o futuro)


                                                               Real, Símbólico e Imaginário
                                                                              



O superego que aceita o passe
                                            Poesia: sentimentos do mundo, não de si
 Produzir pela / através da condição
                                                     Objetivação do lirismo
                                                              Escolha de objeto – Gozo - Retorno
                                                                                                              Morrer pela escrita
O bem e o mau – a dúvida
                         Ressentido – adesão a um ideal – possibilidade de passagem ao ato
O ressentido brasileiro x Paternalismo

 A escrita é um salto do sintoma, na tentativa de resolução do impasse entre os elos R, S & I. É como se nosso pequeno argentino (ego) gritasse:
“eu consegui! me inscrevi no mundo e marquei minha presença nele,
                            marquei minhas impressões sobre ele!!!”. Salve o 4º laço!!!!


                                                                                 
 
Nesta 6ª feira, 15 de abril de 2011, a UFMG recebeu a Psicanalista Maria Rita Kehl, uma das mais atuantes Psicanalistas brasileiras, para uma palestra com o tema “o mundo é uma escrita sem fim”, para o projeto “sentimentos do mundo”, desta instituição.
      Dona de um estilo mais que lírico para trazer a tona a Psicanálise, Maria Rita Kehl embeveceu o auditório da reitoria da UFMG com poesia raramente respirada no campus.
      Inspirada que estava, ousou decepcionar os lacanianos mais extremados ao reivindicar os direitos de invenção da roda a Freud. Ensaiou sobre a Escrita e suas conseqüências, seus motivadores, por hora e meia e esboçou paisagens magníficas para mimetização de imagens que representassem uma leitura apaixonada do tema.
     A escritora, vencedora do prêmio Jabuti, com seu livro “O TEMPO E O CÃO”, marcou sua fala abordando a temática da perda, na ótica freudiana, passando pelos elos R, S & I, atemporalidade do inconsciente, gozo efêmero, a marcação do tempo através da escrita, inserção nele pela mesma, e as vicissitudes inacessíveis do mundo da psique. Morar no tempo foi um dos temas que mais remeteram a imagens, convidando a um cenário de Dali como perspectiva de entendimento pela Arte.
    O obsceno esteve em cena na intenção, no desejo, no ato, e fomos brindados com dissertações recheadas pela poesia de Manoel Bandeira, dos autores preferidos da escritora.
  Tempo, escrita, fala, id, ego, superego, mais além, o amor, tudo num ritmo marcado como que numa rapsódia das fases da vida. Perdas, desperdícios, encantamento, transferência de si para o mundo, enquanto perspectiva poética, o gozo, sublime gozo, escrita como sintoma, que salta, na tentativa de resolução do impasse entre os elos R, S & I, quando grita, eufórico, nosso pequeno menino dos olhos, o EGO, “-eu consegui! me inscrevi no mundo e marquei minha presença, minhas sensações sobre si”.
  Não podemos nos dizer ressentidos do fim do encontro, pois, nos últimos passos da palestra, a ensaísta abriu o espaço a perguntação, e os mais ávidos, e infelizmente não foram muitos, indagaram e comentaram sobre o tema para delongar o gozo que se deu nesse meio dia de uma sexta feira viva.
  Salve os apaixonados pela possibilidade de uma leitura passional sobre o assunto, e esperemos sentados por outros momentos em que se possa dizer: “valeu a pena”!
  Parabéns Maria Rita Kehl pelo discurso e pelo conteúdo, e à UFMG, pela iniciativa de trazer grandes ensaístas, que permitem sonhar com a ousadia, mesmo em terras de meio acadêmico.
Até breve!
   Bruno Mendes (graduando no curso de Psicologia da UFMG, em formação Psicanalítica Clássica, sob a honra da supervisão de Noemi Gelape, analista didata, no momento, em terras andaluzas)

                                                                         Notícias



Festival de Folclore-Jequitibá




                    

        Congado                                                                           Bumba Meu Boi




         

                                                                    Jequitibá                                                                                               



            

                                                                      Frei Chico



Dança das Fitas
                                                                    Palestra                                                            Carlos Farias



   Primeira Edição da Semana em Homenagem a Federico García Lorca
Exposição


                      





                          







Escritora lança livro em homenagem a Frederico Garcia Lorca



Carlos Herculano Lopes - EM Cultura

Mercês Moreira: amor ao poeta
Depois de 22 anos de trabalho, durante os quais leu e pesquisou tudo o que encontrou a respeito do poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca, a escritora Mercês Maria Moreira acaba de lançar Romanceiro de Federico Garcia Lorca, com o qual foi a vencedora do Prêmio Centenário de José Carlos Lisboa, da Academia Mineira de Letras, em 2002. Trata-se de um denso volume de 350 páginas, no qual faz sua homenagem, em versos, a este que foi um dos grandes nomes da literatura universal.

Nascida em Paraopeba, na Região Central de Minas, a autora conta que seu interesse pelo autor de clássicos da poesia como Romancero gitano, Canto a Ignácio Sanchez Méjia e de peças como Bodas de sangue e A casa de Bernarda Alba começou quando ela era ainda criança e estudava no Colégio Sion, em Campanha, no Sul de Minas. “Ali descobri, encantada, este grande poeta, do qual nunca mais me separei. Também fiquei enternecida com seu sofrimento e com o tributo não merecido que ele pagou, ao ser assassinado pelas tropas franquistas, quando ainda nem tinha 40 anos”, conta Mercês Moreira.

Vivendo em Belo Horizonte desde os 14 anos, onde pertence às academias municipalista e feminina de letras, a escritora diz ainda que, assim que se mudou para a capital, começou a estudar espanhol, pois queria aprofundar-se ainda mais na obra de Garcia Lorca, lendo-a no original. “Depois de tanto tempo, ainda não consigo saber qual dos seus livros é o melhor, mas acho que seu trabalho atinge um dos momentos mais sublimes quando ele escreve sobre os gitanos (ciganos), com os quais tinha forte ligação. Como tenho uma remota origem cigana, sempre me identifiquei com a vida e a cultura desse povo”, diz Mercês.

Com mais de 10 livros publicados, entre poesia, ensaios, memórias e infanto-juvenis, a escritora, que se orgulha de ter sido uma das primeiras mulheres brasileiras a dedicar um volume inteiro de poesia a Garcia Lorca, no entanto guarda uma espécie de frustração: a de nunca ter ido a Fuente Vaqueros, na Galícia, Sul da Espanha, conhecer o local onde nasceu o poeta. “Muitas coisas ocorreram em minha vida que me fizeram adiar esta sonhada viagem”, diz. Enquanto não realiza seu sonho, Mercês Moreira continua, com sua poesia, a prestar suas homenagens e a divulgar a obra de Lorca. Ou como disse, no prefácio, a escritora Myrtes Licinio: “ Sendo superiores os sentimentos revelados em seus outros livros, a suave poetisa se permite abrir definitivamente espaço na literatura exaltando o mito espanhol”.

Romanceiro de Federico Garcia Lorca
De Mercês Maria Moreira
Poesia, edição da autora, 350 páginas